O pincel do fim da tarde
Pinta o céu de maragato
E depois esconde o quadro
... Com a sombra escura do mato.
Siriris desenham lanças
No azul da lousa celeste
E o meu flete perfuma o mundo
Pisando em flores silvestres...
Minha figura a galope
Com um pala branco a esvoaçar
Mal comparando é uma garça
Pegando impulso pra voar...
luz rodeia o mundo
O céu de golpe se encarde
E Deus lambuza aquarelas
Com o pincel do fim da tarde...
Sorvo o ar da liberdade
E alimento um sonho hermano
Chego crer que a brisa mansa
São sopros de um Deus pampeano.
A sinfonia matiza
O galopear do meu flete
Atiro um verso pro silêncio
E o eco gosta e repete!!
Meu cavalo dá um relincho
Meu pala zune no ar
Até pareço um joão-grande
Pegando impulso pra voar...
A NATUREZA COCHILA
O SOL ENTROU JÁ NÃO ARDE
E DEUS LAMBUZA AQUARELAS
NA TELA DO FIM DA TARDE...
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*Tema inédito de JOÃO SAMPAIO musicado por MARCO AURÉLIO VASCONCELLOS.
"O bom romancista é ao mesmo tempo um anjo e um cavalão,trabalha com as asas(as coisas mais finas,mais espirituais,mais belas) e com as patas,isto é, o trabalho braçal e a paciência cavalar. Mas confia acima de tudo noinstinto.Que o anjo trabalhe montado no cavalo. E que no fim desapareça de todo a marca das patas e fique apenas a luz das asas. Bonito,não???" ÉRICO VERISSIMO.
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