domingo, 30 de outubro de 2011

Entrevista de João Sampaio ao Jornal A Notícia de São Luiz Gonzaga

JOÃO SAMPAIO FALA EM ENTREVISTA AO JORNAL A NOTICIA SOBRE SUA OBRA E DE COMO SURGIU A MÚSICA MISSIONEIRA.

A NOTÍCIA:Nota-se a sua sólida formação cultural,pelo rico conteúdo da sua poesia.Qualo incentivo que teve em torno dos livros,na sua juventude em Itaqui?
JOÃO SAMPAIO:Eu fui um guri extremamente tímido,ensimesmado e arredio. Meu pai tinha uma ótima biblioteca. Comprava tudo que saia.Tinha muito bom gosto. Quando eu descobri os mundos que estão dentro dos livros não parei mais de ler. Insconscientemente atendi ao pé da letra o repto do grande Mário Quintana o de que o verdadeiro analfabeto é aquele que sabendo ler não lê.Lá na estância do meu pai eu me refugiava numa velha carreta que estava com o cabeçalho apoiado na forquilha de um cinamomo e passava(recostado nos pelegos!) o dia lendo e desvendando novos mundos.Lembro da severidade com que fui repreendido,quando meu pai me pegou lendo(devorando ávidamente!) o Diário que o Che Guevara escreveu na Bolivia. Isso lá por 68/69 em plenos anos de chumbo,eu com dez anos o meu pai achava imprópria aquela  leitura para mim. Aliás possuir aquele livro em casa era subversão. Outra festa foi quando eu descobri o MARTÍN FIERRO e o GRANDE SERTÃO:VEREDAS mexeu tanto comigo,me deixou tão excitado(apesar do estilo difícil)que eu não conseguia dormir e como não havia luz elétrica na estância,eu amanhecia lendo à luz de velas. Outras vezes lia na madrugada escondido,com uma lanterna de pilhas que eu tinha roubado previamente da minha mãe. Até hoje o hábito da leitura para mim é fisiológico.Isso é de família. Um primo meu de Uruguaiana,devorador de romances e novelas,estava lendo embevecido O TEMPO E O VENTO do nosso Érico Verissimo e quando chegou na parte que o CAPITÃO RODRIGO CAMBARÁ(um dos personagens mais carismáticos criados pelo Érico)morre o meu primo entrou em depressão chegando inclusive ao cúmulo de botar luto fechado. Como se tivesse perdido um amigo. O Érico soube do episódio e ficou tão encantado que escreveu-lhe uma carta carinhosa. Obedeço rigorosamente a máxima de Cícero "casa sem livros,corpo sem alma". Inclusive o melhor presente que eu posso ganhar é um livro,pois para mim quem te regala um livro está te elogiando,não é só um presente.
A NOTÍCIA:A poesia veio em primeiro e depois veio a composição musical e sempre com temas campeiros?
JOÃO SAMPAIO:Na verdade a poesia foi o refúgio que eu encontrei,para desensacar um universo campeiro que eu tinha arranchado dentro de mim. Com 14 anos fui estudar num internato do Colégio Mauá de Santa Cruz do Sul. Para um guri campeiro,que se criou na pampa ouvindo berros de touros,relinchos de potros e que teve como primeira música na infância,o tinido das rosetas das esporas do meu pai e da peonada,foi um verdadeiro choque cultural,o encontro com aquela alemoada. Gente com outros costumes,outros valores,um mundo tão diferente do meu de guri de fronteira,criado na garupa dos caiques que cruzavam o Uruguai num intercâmbio sem fronteiras. E foi assim,graças a saudade,que a poesia crioula entrou na minha vida para ficar. Tinha um professor de português em Santa Cruz do Sul,Guido Sefrin que me incentivou muito. Inclusive nos sábados eu fazia durante a aula dele,uma payada comentando as noticias da semana. Inspirado,mas não copiando,o que o Jayme Caetano Braun fazia na Rádio Guaíba acompanhado pelo Noel Guarany.
A NOTÍCIA:Voce sempre foi um estudioso sobre os temas que abraça ou isso veio mais tarde,no aprimoramento do seu trabalho?
JOÃO SAMPAIO:Eu sempre fui muito ávido pela nossa cultura. Era muito curioso e ia atrás. Deus me deu uma memória fotográfica. Aprendi espanhol sozinho,lendo,ouvindo e convivendo com los hermanos do garrão da América. Aprendi um pouco de guarani com o Noel Guarany,inclusive as suas armadilhas semânticas,prosódicas e fonéticas. É uma língua,ou um dialeto como querem os doutos e filológos,permeada e perfumada por uma aura de poesia telúrica. Como dizia Atahualpa Yupanqui,o patriarca do canto criollo "cuando se muere un cacique de mi raza es como se se incendiara toda una biblioteca.!"
Nessa área me atrevi a escrever um livro,com um título pretensiosamente nerudiano chamado VINTE E SEIS POEMAS GUARANIS & CINCO CANÇÕES DE RIO editado pelo IEL(INstituto Estadual do Livro)com parecer altamente elogioso e favorável do grande Sergio Faraco. Nessa obra eu resgato a simplicidade, a magia e a inocência das lendas e também da urdidura complexa das crendices e superstições que são o espelho da alma guarani e missioneira,pesquisados por nós no Brasil,na Argentina e no Paraguai. Isso abrange desde as lendas etiológicas da fauna e da flora,até as canções de ninar,a sabedoria aborígene,os mitos guaranis e uma mágica e inventiva versão índia do Dilúvio,com o respectivo Noé bugre e toda a bicharada da Arca.Estou sempre pesquisando a arte crioula,e sem xenofobia estudo toda a geografia do gauchismo,que não é só o Rio Grande,como querem,em sua estreiteza sociológica,antropológica e histórica os CTGs e o Movimento Oficial Gaúcho.
A NOTÍCIA:A crítica o considera uma das maiores  expressões no estilo payador.Como começou isso e quais as influências que teve nessa área?
JOÃO SAMPAIO:Quando eu(ainda muito guri) comecei a militar na arte pampeana,eu me guiava por dois sinais luminosos na poesia:Aureliano de Figueiredo Pinto e Jayme Caetano Braun. Influenciado pela exuberância do Jayme comecei a praticar a dificil arte da payada.Muitas vezes,nas pulperias costeiras dos dois lados do Uruguai,ficavámos hasta que despuntase el alba guitarreando e payando de contrapunto eu e o Noel Guarany,que morava em Itaqui,meu maestro e também meu querido irmão espiritual que até hoje me faz muita falta. Para mim e para a verdadeira arte missioneira. Eram payadas inocentes,onde vergastavámos a ditadura da época e denunciavámos as injustiças sociais de maneira veemente e reverenciavámos as coisas eternas da condição humana. Hoje ainda improviso se for preciso. Mas gosto mesmo é de escrever. E quando estou deprimido não procuro analistas,pratico VERSOTERAPIA e me curo com o meu canto pampeano que um Tupã gaucho y misionero me alcançou de regalo.
A NOTÍCIA:Voce foi parceiro do Noel Guarany num elogiado LP. Com quais músicas?Fale sobre isso.
JOÃO SAMPAIO:Na verdade quem me descobriu para a música foi o Noel Guarany e além de me ensinar tanta coisa,ainda tive a honra de ser,juntamente com Jayme Caetano Braun(que na sua última aparição pública me indicou como seu sucessor!) e Aureliano de Figueiredo Pinto o letrista mais gravado pelo Noel.
Nas Missões a música sempre foi muito importante. Se cantava para  tudo:para trabalhar,para festejar,para louvar o nosso Tupã guarani,para guerrear e também para prantear e enterrar os nossos mortos. O lendário Padre Antonio Sepp,formou milhares de músicos,virtuoses que tocavam com a notação musical mais avançada da época. Depois da expulsão dos jesuítas e do traslado dos índios,para o outro lado do rio aconteceu(com a chegada dos imigrantes gringos e outros fatores sócio-econômicos) uma certa "desaceleração" nessa musicalidade. Mais contemporâneamente,sobraram músicos espontâneos como o Cabo  Laranjeira, o Reduzino Malaquias , o Chico Guedes e muitos outros,que,a duras penas,mantiveram galhardamente esse tesouro musical,lutando para não se contaminar com imitações dos Bertussi(que nada tinha e nada tem a ver conosco!) e de duplas sertanejas com temáticas postiças e artificiais,que não contextualizavam o canto da nossa terra e do nosso povo. E foi aí que surgiu a genialidade de Noel Guarany,que andou com sua guitarra mágica peregrinando pela América e miscigenou sonoridades remanescentes do antigo cancioneiro missioneiro guarani,com timbres platinos,uruguaios,argentinos e paraguaios. Disso tudo o Noel fermentou o bolo musical que hoje é conhecido como música missioneira. O Noel Guarany,foi,como diria Brecht,um homem imprescíndivel para o tempo em que viveu. Foi um pioneiro e um precursor único. Foi o primeiro a gravar uma chamarrita(que aqui era só dança coreográfica!),foi o primeiro a gravar uma cifra(ritmo do qual originou-se a milonga!)foi o primeiro a falar em bailanta,pulperia e também o primeiro a gravar um rasguido doble. E além disso fez escola. Atrás do rastro encantado deixado por ele,vieram o Pedro Ortaça e o Cenair Maicá,que cantavam outro gênero de música e se encontraram na picada aberta pelo Noel.O Noel foi tão importante que ,além de dotar a música gaúcha de uma face índia,que ela não tinha,abriu ainda para o grande Jayme Caetano Braun uma janela de latino-americanidade,livrando com isso o Jayme,daquela ortodoxia cetegeana e conservadora que ele tinha no início.Para mim,estudioso comprometido com a verdade,Noel Guarany é o verdadeiro marco divisório da música gaúcha. Surgiu com qualidade vocal,melodócia e temática muito antes da Califórnia e congêneres. Tinha carisma e  estilo próprio e cantava com grande dignidade. Além do herdeiro espiritual por ele escolhido que é o Jorge Guedes,deixou inúmeros seguidores de sua escola como Luiz Marenco,Lisandro Amaral e muitos outros.Sua música tem uma estranha e mágica fosforêscencia é o pajé bugre da musicalidade missioneira. O Rio Grande tem uma dívida impagável para com o Noel Guarany.
A NOTÍCIA: Quais seus outros parceiros musicais?
JOÃO SAMPAIO: Ao longo do tempo,depois de ser descoberto pelo Noel,fui sendo procurado pela maioria dos cantores e compositores da muscicalidade contemporânea do Rio Grande do Sul. São muito poucos os artistas que militam na nossa música que até hoje não gravaram algo nosso.
A NOTÍCIA: CANTO AO CAVALO CRIOULO é uma homenagem à montaria do gaúcho. Como se inspirou nisso?
JOÃO SAMPAIO: CANTO AO CAVALO CRIOULO,foi escrito quando eu era ainda um guri. Lá por 1977 e só foi editado em 1982,pelo abnegado operário da nossa cultura,que foi o Martins Livreiro.
O opúsculo foi prefaciado pelo Noel Guarany e pelo Jayme Cateano Braun. Eu ainda moro no campo,tenho uma estanciola localizada na Coxilha do Rincão da Cruz,Centro Geográfico do município de Itaqui e estou permanentemente em contato com o campo,com o homem do campo e com os motivos que são a matéria-prima que endulza con su miel a nossa arte.
A NOTÍCIA: Quais os livros de poemas já lançados? Algum novo à vista?
JOÃO SAMPAIO:Tenho quase duas dezenas de livros editados. Na área da poesia crioula bilingue,do anedotário,do folclore e da cultura afro-ameríndia. Inclusive um chamado CANTOS DE TABA  & SENZALA,editado na Argentina, e que juntamente com o meu compadre Jorge Guedes pretendemos transformar num CD,um projeto audacioso que resgata a musicalidade e a contribuição cultural da raça negra e do índio,ambos tão vilipendiados ao longo dos séculos. A raça negra se emancipou socialmente mas o índio(o precursor do gaúcho!) continua sendo tratado como um ser exótico. Como se estivesse num zoológico.
A NOTÍCIA:Quais as premiações que destacaria na na sua carreira?
JOÃO SAMPAIO:Já fomos premiados em vários eventos e em pencas festivaleiras,mas o maior prêmio é ser ouvido,lido,consumido pelo nosso povo e assim ajudar a fazer a manutenção e a preservação do patrimônio cultural da nossa terra e da nossa identidade sociológica. Também coinsidero prêmio a edição desse livro sobre os guaranis pelo IEL(Instituto Estadual do Livro)e também ter textos publicados na Argentina,no Uruguai,no Paraguai,poemas traduzidos no Japão e letras gravadas na Europa(Suiça) e nos Estados Unidos.
A NOTÍCIA: TOURO FUMAÇA, um dos seus maiores sucessos,na voz do Mano Lima,é uma música bonita e triste ao mesmo tempo,muito valorizada na sua obra. O que o inspirou mesmo?
JOÃO SAMPAIO:  TOURO FUMAÇA que se popularizou na interpretação do meu compadre Mano Lima,é o relato de uma tragédia rural que eu ouví lá nos longínquos galpões da infância e que resolvi transformar num pequeno CONTO CRIOULO RIMADO,inovação que estamos lançando no nosso novo CD DUPLO(USA/DISCOS) chamado 40 MARCAS CAMPEIRAS DO PAÍS DA GAUCHADA. Inclusive um desses contos do CD(são sete!) impressionou muito o Sergio Faraco,nosso contista maior,que inspirado nele,pretende nos brindar com mais um dos seus contos magistrais e antológicos.
A NOTÍCIA: Algo a dizer sobre São Luiz Gonzaga e as Missões,terra de Noel,Ortaça,Guedes ,Jayme Braun e de tantos amigos?
JOÃO SAMPAIO: São Luiz Gonzaga é o meu segundo rincão. Tenho tantas vinculações com esse povo e essa terra. Estou em perfeita sintonia com a energia que emana e paira sobre essa lendária redução jesuitica e cada vez que a visito me sinto habitado pela mesma força cósmica que deixaram os pajés e os duendes missioneiros. Em São Luiz fiz e tenho tantos amigos queridos,pessoas raras como o Pedro Ortaça e família,querido irmão de ideário artístico,um grande artista popular. Meu compadre Jorge Guedes e família,que tem clarinadas na voz e um cacique guarani arranchado no coração;meu compadre Xirú Missioneiro dentro da sua singeleza um grande representante das Missões;meu amigo Nenê Guedes e família outro missioneiro que honra o chão em que pisa;os amigos da Casa do Poeta na pessoa da Vãnia Coimbra,a lembrança querida ,amiga e fraterna do Zizi(José Luiz da Cunha Pacheco),do Nélio Lopes e de tantos outros queridos amigos que nos fazem melhores do que realmente somos.
São Luiz é o Distrito Federal das Missões. A Capital Nacional do Folclore Missioneiro e o meu segundo lar.
                                      Deixo um recado de amigo
                                      Pra quem sofre e se maldiz
                                      Se na tua terra parceiro
                                      Te virarem o nariz
                                      Arruma as malas na hora
                                      E vem de muda pra São LUIZ!!!
                 
      *  Entrevista que foi publicada no jornal A NOTÍCIA nos dias  22/23  & 26 de outubro de 2011.                             

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

CHARLANDO CON LISANDRO AMARAL


 
(AL PIE DEL FOGÓN CAMPERO)
En mi rancho al pie del fogón
Escucho tu voz y me alejo
... Sintiendo que un tiempo viejo
Anida en mi corazón
La criolla tradición
Va con usted en la anca
Voz del cielo...Espuma blanca
Nuestro ayer...Luz y encanto
Y es por eso que tu canto
Tiene algo de salamanca!

Venistes de los viejos fogones
De las tres patrias antiguas
Fuiste soldado de ARTIGAS
En otras reencarnaciones
En las machas rebeliones
Por el llano y por la sierra
Fuiste el clarín de la guerra
Llamando gauchas legiones
Que con perros cimarrones
Pelearon por nuestra tierra!!

Así LISANDRO AMARAL aparcero
En los campos de Bagé
Mantenga el gaucho de pie
En tu alma de frontero
Yo en mi pago misionero
En mi ranchito en la barranca
Escuchando tu voz franca
Siento que me vierte un llanto
Y es por eso que tu canto
Tiene algo de salamanca!

Esse é o amigo Lisandro
Mescla de antigos SEPÉS
Cruzado com MARTÍN FIERROS
ANGUERA e velhos pajés
Tem na espiritualidade
JARAUS...FURNAS...BORORÉS
Veio do fundo das eras
Dos galpões de santa-fé
E dos tempos de antigamente
Que caminha em nossos pés!!!

*Chasque-Tributo de JOÃO SAMPAIO ao jovem poeta e cantor crioulo LISANDRO AMARAL,uma das mais luminosas vocações artísticas da nova geração do Canto Terrunho e Pampeano.

"Um grande artista é um grande homem numa grande criança." VICTOR HUGO.

PARA UM ÍNDIO


Peço licença senhores
O assunto é triste demais
Relatar sem iniciais
... Isso cabe aos payadores
Sem dar nem pedir favores
Para hastearem a verdade
Pois ao pintar a realidade
No altar de algum galpão
Se abre todo o coração
Para entrar na eternidade.

Nos anais xucros da História
Há de ficar meu pensamento
Cheio de luz dos momentos
Imperecíveis de glória
Retraçando a trajetória
Do passado e do presente
Por isso eu canto reverente
Neste galpão enfumaçado
O velho chão colorado
E as coisas da minha gente!

Neste rincão onde estou
Sob o teto dos pinhais
Sinto eflúvios ancestrais
De um tempo que não passou
Hordas do meu tetravô
Como pedindo um retruco
Estampidos de trabucos
Com ameríndia coragem
Fugindo da vasalagem
De gringos e mamelucos.

Que será que sentes tu?
Nessas festanças burlescas
Palhaçadas gauchescas
De gauchescos xirus
Igual a bando de ÑANDÚS
Correndo de alma convulsa
O coração da terra pulsa
Nossos valores indianos
E esses fiascos CETEGEANOS
Hão de causar-te repulsa!!!

*Tema de JOÃO SAMPAIO & NOEL GUARANY musicado por EDILBERTO BERGAMO e gravado por LISANDRO AMARAL.
"Os que encontram significados perversos nas coisas belas,são corruptos sem serem agradáveis. E isso é um defeito." OSCAR WILDE.

DEFEITO



Existem falsos professores
De canudos mal havidos
Chacais da literatura
... lordecos subnutridos
De gestações duvidosas
Foram no mundo paridos!

Do rincão da Bossoroca
Da São Luiz academia
Lá nas Missões Orientais
Pátria...Folklore...Poesia
Patriotismo hereditário
Payador por dinastia!

Que academia baguala
Barbaresca e secular
Regada com sangue e suor
Planta-se Pátria pra dar
Nativismo é recompensa
Folklore pra replantar!

Regionalismo não falo
Só em termos continentinos
De oceano para oceano
Caribe ao muro andino
Meu povo só tem fronteiras
Marcadas pelo destino.

Nos alfarrábios da História
Atenienses e espartanos
Mancharam de sangue a terra
Entre gregos e troianos
Nós aqui os missioneiros
Com lusos e castelhanos!

Ficaram ruínas em Atenas
E ficaram ruínas aqui
Registro maquiavélico
Da minha Pátria Guarani
Por quem tombou TIARAJÚ
E o guapo GUACURARY!!

Ai está reles gringo
De canudinho suspeito
O teu falso paramento
A monge não dá direito
Direitos só eu que tenho
Do SURSIS ao meu defeito!!!!

* Tema de NOEL GUARANY.

"Foi uma luta árdua divulgar e consolidar a música missioneira. Com muita abnegação consegui abrir caminho,para mim e para muitos,que hoje se dizem também criadores da música missioneira. Eu não gravo discos para receber falsos lauréis de multinacionais. Eu gravo,para demonstrar o respeito que nós,os missioneiros,devotamos,ao patrimônio cultural da nossa terra e da nossa gente." NOEL GUARANY em depoimento gravado e escrito para a sua auto-biografia.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

PLANTA DA LIBERDADE


Sou missioneiro...Planiceiro meu parceiro
Bugre costeiro que habla com Deus quando canta
Tenho na alma a luz da gesta guerreira
E uma calhandra campeira
Empoleirada na garganta!
...
Herdei dos padres deste entono libertário
Nasci revolucionário no garrão do Continente
Tenho rodeios de luta e dfe eternidade
E da planta da liberdade fui eu que achei a semente!!

O chão do meu pago guarda a cor que derramou
O sangue do meu avô neste terra missioneira
Quando abro o peito sou uma catedral de pé
Fala por mim São Sepé,Anguera e Pinto Bandeira!

Carrego séculos de História e mitologia
De música e de poesia com timbre guaranicero
Agradeço a Tupã nossa maior divindade
Pela suprema bondade em ter me feito missioneiro!

Quando canto ouvem a voz do pai do meu pai
Que fez do rio Uruguai o Jordão da saga lendária
Legou para mim lutar por uma sociedade
Alicerçada na verdade,mais justa e igualitária!

Por isso amigos minha alma bugra aos corcovos
Hasteia nos Sete Povos a bandeira da igualdade
Sou missioneiro herdeiro daquela gente
Que um dia achou a semente da planta da liberdade!

*Tema da PLANTA DA LIBERDADE ,de JOÃO SAMPAIO gravado por XIRÚ MISSIONEIRO.
"Quando ALFREDO ZITARROSA morreu em Montevidéu,seu amigo Juceca subiu com ele até os portões do Paraíso,para não deixá-lo sozinho naqueles trâmites. E quando voltou Juceca nos contou o que havia escutado.
São Pedro perguntou nome,idade,ofício.
-Cantor - disse ZITARROSA
E o porteiro quis saber:cantor de quê?
-Milongas - disse ALFREDO.
São Pedro não conhecia.Foi picado pela curiosidade e ordenou:
-Cante!.
ZITARROSA Cantou. Uma milonga,duas,cem. São Pedro queria quue aquilo não cabasse nunca. A voz de ZITARROSA que tanto tinha feito vibrar a tgerra,estava fazendo vibrar os céus.
E Deus que andava por ali pastorejando nuvens,esticou a orelha. E Juceca contou que aquela foi a única vez em que Deus não conseguiu saber quem era Deus..."
EDUARDO GALEANO.

CANTO COSTEIRO


Rio Uruguai majestoso
Caudal de cristal das águas
Me criei junto de ti
...
Enxaguando as minhas mágoas.

Me ajoelho,te peço abenção
Com o mais crioulo respeito
E três pátrias de mãos dadas
Vejo no espelho do leito.

Uruguai dos caracóis
Pajé de estranha magia
Das chalanas silenciosas
Cruzando o rio noite e dia...

Uruguai do chibeiro valente
Que fez do rio seu amigo
E envelheceu dentro d'água
Amasiado com o perigo!

Uruguai de mil enchentes
Pintor de cenas violentas
Um ranchinho rio abaixo
Vai nas tuas águas barrentas....

Balsas de tábuas e pranchas
Deslizam nas águas suaves
Peixes de prata pulando
Pra ouvir o canto das aves!

Com esse rio aprendi
Que só mesmo os pescadores
No estio das noites sem lua
Escutam prantos e dores...

Ouvem o choro dos rios
Pungente,triste e profundo
Que estão sendoi envenenados
Nos quatro cantos do mundo!!!!!

Tema de JOÃO SAMPAIO & JOSÉ PAULO QUEVEDO musicado e gravado por EDSON BACKES & XIRÚ MISSIONEIRO>

"El Uruguay no es un río,es un cielo azul que viaja..." ANIBAL SAMPAYO.
"Os que encontram significados perversos nas coisas belasa,são corruptos sem serem agradáveis. E isto hoje é um grande defeito." OSCAR WILDE.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

NA TELA DO FIM DA TARDE/João Sampaio


O pincel do fim da tarde
Pinta o céu de maragato
E depois esconde o quadro
... Com a sombra escura do mato.

Siriris desenham lanças
No azul da lousa celeste
E o meu flete perfuma o mundo
Pisando em flores silvestres...

Minha figura a galope
Com um pala branco a esvoaçar
Mal comparando é uma garça
Pegando impulso pra voar...

luz rodeia o mundo
O céu de golpe se encarde
E Deus lambuza aquarelas
Com o pincel do fim da tarde...

Sorvo o ar da liberdade
E alimento um sonho hermano
Chego crer que a brisa mansa
São sopros de um Deus pampeano.

A sinfonia matiza
O galopear do meu flete
Atiro um verso pro silêncio
E o eco gosta e repete!!

Meu cavalo dá um relincho
Meu pala zune no ar
Até pareço um joão-grande
Pegando impulso pra voar...

A NATUREZA COCHILA
O SOL ENTROU JÁ NÃO ARDE
E DEUS LAMBUZA AQUARELAS
NA TELA DO FIM DA TARDE...
............................................

*Tema inédito de JOÃO SAMPAIO musicado por MARCO AURÉLIO VASCONCELLOS.

"O bom romancista é ao mesmo tempo um anjo e um cavalão,trabalha com as asas(as coisas mais finas,mais espirituais,mais belas) e com as patas,isto é, o trabalho braçal e a paciência cavalar. Mas confia acima de tudo noinstinto.Que o anjo trabalhe montado no cavalo. E que no fim desapareça de todo a marca das patas e fique apenas a luz das asas. Bonito,não???" ÉRICO VERISSIMO.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

TARICO SANCHEZ


Ali na beira do rio
Ao tranco um gaucho de allá
Costeando o povoado chico
Bombeia o lado de cá...
...

Se llama Tarico Sanchez
Caté que habala en avá
Tiene un ranchito en la costa
Y una linda y dulce cuñá!

Sus hermanos son su perro
Su caballo y el chajá
Sua chinoca e a sua guitarra
E um galito batará!

Sua voz de selva dormida
Tiene una magia ipú porá
E se aninha na sua guitarra
Soltando um feitiço avá.

Em cada bolicho paisano
A alma da terra solta andará
Nesse teu canto chamamecero
Silvo de estero...Uivo de guará!

Lua bugra que alumbra sonhos
Vento pampeiro...Malva e araçá
A calhandra moura que vive em ti
Em cada tarde se acordará...

Voam beija-flores quando te escutam
O caburé e até o biguá
E a PATRIA GAUCHA mitos e amores
Em tua garganta cantando está..

Por isso Tarico com tua prenda
Com teu cavalo e teu batará
Em cada tarde na voz do vento
Teu canto índio passa pra cá!

A noite o vento e a lua
Eu não sei orque será
Se aninham na tua guitarra
Soltando um feitiço avá!

TARICO SANCHEZ CHAMIGO
O VENTO MANDA PRA CÁ
O GOSTO INDIO DO TEU CANTO
QUERIDO HERMANO DE ALLÁ....
................................................

*Tema de JOÃO SAMPAIO,muiscado e gravado por LUIZ MARENCO em Buenos Aires com a participação especial de ANTÔNIO TARRAGÓ ROS.

"Arredores de Sevilha,inverno de 1936:Aproximam-se as eleições espanholas.
Um senhor anda percorrendo suas terras a cavalo,quando um campones andrajoso atravessa seu caminho.
Sem apear do cavalo,o senhor o chama e põe em sua mão UMA MOEDA e UMA LISTA DE CANDIDATOS. O homem deixa AS DUAS CAIREM NO CHÃO e,virando as costas,diz: - NA MINHA FOME E NO MEU VOTO,MANDO EU!!!"
EDUARDO GALEANO.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

PÁGINA VIRADA


 Reginaldo Albuquerque/MS

Tarde da noite, em meio à quietude das ruas,
encontro nesta banca há muito abandonada,
no entulho de jornais e traças junto à entrada,
revista masculina, expondo moças nuas.

E tremo ao desfazer a página virada...
No encarte especial, fotografias tuas
em poses sensuais dizem verdades cruas
que sangram cicatriz que imaginei curada.

A propaganda exalta algum lugar distante...
A lua espreguiçada em seu quarto minguante
lança cintilações sobre esta saudade oca...

Por um momento a banca agita a velha porta...
Se o teu vulto é ilusão ou real, o que importa?
Aplaco a minha dor beijando a tua boca...

MENSAGENS POÉTICAS


<<< Uma Trova Nacional >>>
Por mais louca ... mais confusa ...
que eu esteja em meus anseios,
quem me dera ser a musa
dos teus doces devaneios!
Maria Nelsi Sales Dias/SP
 
<<< Uma Trova Potiguar >>>
Buscando a felicidade
por este mundo sem fim...
Descobrir uma verdade:
Ela está dentro de mim!
Francisco Macedo/RN
 
<<< Uma Trova Premiada >>>
2010 > CTS-Caicó/RN
Tema > OCASO > 8º Lugar
O ocaso... o ajuste da lente...
o clique... a fotografia:
- a imagem do sol poente,
nos braços do fim do dia...
Darly O. Barros/SP
 
<<< Uma Trova de Ademar >>>
A Saudade na pessoa
faz ela ficar doente;
por mais que saudade doa,
mas só quem ama é quem sente!
Ademar Macedo/RN
 
<<< ...E Suas Trovas Ficaram >>>
A igreja, as flores e o eleito,
ela de branco e eu tristonho;
foi o cenário perfeito
para o enterro de meu sonho.
Alonso Rocha/PA
 
<<< Simplesmente Poesia >>>
DESCAMINHOS. (Para Ela)
 
Sergio Severo/RN
 
Por que teimo em dirigir
minha atenção a Você,
que em “contra marchas”, não vê,
todo o meu Amor fluir?
 
Que a Estrada do seu Porvir,
seja, quiçá, asfaltada,
e cada curva fechada,
bem lhe faça refletir.
 
Olhe a conversão na Via!
Não atropele a Poesia,
na contramão dos meus passos...
 
... e à margem da Compaixão,
deixar o meu Coração,
por inteiro, aos pedaços.
 
<<< Estrofe do Dia >>>
Se for um parlamentar
pode ter crime a vontade
que o dedo da impunidade
não deixa lhe investigar,
se alguém o denunciar
é sujeito a ser punido,
processado e ser tangido
pra o beco da emboscada;
toda lei ultrapassada
só favorece o bandido.
Geraldo Amâncio/CE
 
 

NO CORPO DUM VAGALUME


A morte é bruxa aporreada
Passarinheira e ventena
Chega mansa sem alarde
E peala a gente sem pena.

... Se esconde atrás da macega
E ali fica de prontidão
E quando o paisano cruza
Enfia o laço nas mãos!

Quando eu deixar esta pampa
Por certo muitos dirão
Que eu cansei de andar na terra
E me fui pra baixo do chão!

Mucjhachada que me estima
Façam pra mim um favor
Me enterrem na costa do mato
Na beira do corredor...

Do corredor verei as tropas
E na culatra ou no fiador
Um gaúcho abrindo o peito
Sacudindo o tirador!

Depois que eu deixar o mundo
Voltareide vez em quando
No grito macho e pachola
Dum índio que vem domando!

Talvez Deus que tudo sabe
Me transforme em quero-quero
Pra cuidar da nossa pátria
E desta pampa que eu venero!

QUANDO NAS NOITES SEM LUA
UMA LUZ BRILHAR NO TAPUME
SEREI PISDCANDO OS OLHOS
NO CORPO DUM VAGALUME!!!

*Trecho de NO CORPO DUM VAGALUME gravada por PEDRO JÚNIOR DA FONTOURA no novo CD DUPLO de João Sampaio e também musicada por OSCAR DOS REIS.
"Chamo lirismo o estado do homem que consente em se deixar vencer por Deus" ANDRÉ GIDE.

Trecho de um tema de JOÃO SAMPAIO em parceria com ODENIR DOS SANTOS


Viajo em teu corpo uma estrada
Que eu cruzo devagarinho
Reconhecendo as picadas
E pousando pelo caminho...

...
Ando por matas escuras
Perdidas na noite gris
Pra adelgaçar os meus sonhos
Na sanga dos teus quadris...

Chego a sentir o mel xucro
Desses teus lábios vermelhos
E faço das tuas retinas
A mansidão de um espelho...

Recorro teu ventre um campo
No pingo dos meus anseios
Enquanto sinto o aroma
Das pitangas dos teus seios...

Campereio no treu corpo
Sedento numa ânsia louca
Pra por fim matar a sede
Na cacimba da tua boca!

NAS COXILHAS DO TEU PEITO
(COM OLOR DE FLOR-DE-LIS)
DEPOIS DE TUDO NO CATRE
DEITO A CABEÇA FELIZ
E ASSIM DESCANSO DA VIAGEM
A LINDA QUE EU JÁ FIZ...
............................................

*Trecho de um tema de JOÃO SAMPAIO em parceria com ODENIR DOS SANTOS.

Esse é para os críticos que dizem,erroneamente,que o gaúcho não é rom^^antico e que em sua musicalidade,só tem como temática cavalos,mangueiras,galpões e peleias. "Para recuperarmos a juventude só precisamos repetir as nossas loucuras..." OSCAR WILDE.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

ABUTRES DE GRAVATA

                                                                  Imagem: Google
De: João Sampaio & Silvestre Araújo.

               1
Por entre a enorme miséria
Das metrópoles insanas
Perdura o materialismo
Doentio das mentes profanas!
               2
Os abutres de gravata
Eternas aves de rapina
Sobre a miséria do povo
Banqueteiam-se em propinas!
               3
São vampiros monetários
Sugando o povo perdido
Na sarjeta do descaso
Dos ideais esquecidos!
               4
É o poderoso sadismo
No poder enraizado
Que rege as dores do povo
Masoquista e inveterado!
               5
A cada ano eleitoral
Igual os recalcitrantes
Os eleitores cometem
Os mesmos erros de antes!
               6
Pobre povo abastardado
Espoliado hora à hora
Sepultando os seus direitos
No voto atirado fora!
               7
Pois após cada eleição
Que nem cachorro sem dono
O povo é por seus eleitos
Atirado no abandono!
               8
Se precisar de um apoio
O seu eleito sumiu
Deixando o povo coitado
Outra vez a ver navios!
               9
Os políticos burgueses
Com um ranço popular
São predadores famintos
No eterno ato de caçar!
               10
São abutres sanguinários
Batendo asas ao léu
E o povo rasteja e sonha
Planar nesse mesmo céu!
               11
O povo é ser soberano
Que se engana meu irmão
Depois é um cata migalhas
Dos senhores da nação
Que apertam a mão da gente
Só no dia da eleição!!
               12
Não acredite em balelas
Pense bem não vote às pressas
E repudie nas urnas
Bobos com falsas promessas!


domingo, 25 de setembro de 2011

OUTUBRO : 1967 /João Sampaio

Outubro está pulando corda
No pátio da primavera.

E no povoado de La Higuera
A morte espera Che Guevara...

Junto á costa do Pacífico
Na casa de Isla Negra
Pablo Neruda teatraliza
A gesta heróica e a tragédia
Fulgor y Muerte de Joaquín Murieta...

Outubro está mateando alegre
No galpão grande do mundo.

E no povoado de La Higuera
A morte espera Che Guevara...

No  cemitério de Arlington
Ao pé da chama votiva
Da tumba de John Kennedy
Uma pomba branca alça vôo
E vira bandeira de paz...

Outubro está dando corda
No relógio do universo.

E no povoado de La Higuera
A morte espera Che Guevara...

Martin Luther King
Anjo negro da igualdade
Denuncia com veemência
A Guerra do Vietnã
E prepara a Marcha dos Pobres!


Outubro toca realejo
Na janela do Senhor.

E no povoado de La Higuera
A morte espera Che Guevara...

Num trabalho voluntário
De mútuo solidarismo
Com estudantes e operários
Fidel Castro corta cana
Numa plantação cubana.

Outubro brinca de gangorra
Numa praça do planeta.

E no povoado de La Higuera
A morte espera Che Guevara...

Peregrinando pela América Latina
Com seu canto missioneiro
Noel Guarany elenca payando
As injustiças e as violações
Das Leis de Deus e dos homens!

Outubro está jogando truco
Nas pulperias da pampa.

E no povoado de La Higuera
A morte chama Che Guevara...

Qual um novo Allan Kardec
Em pleno sertão mineiro
Chico Xavier,um querubim
Por trás do véu do espiritismo
Fala com Deus e com os mortos...

Outubro está psicografando
A mensagem de um novo tempo.
Y en el pueblito de La Higuera
La muerte besa Che Guevara...

Autoria: João Sampaio









FLORES DAS RUAS

De: João Sampaio & Silvestre Araújo!


1
Me dói na alma missioneira
Ver a infância nas ruas
Descalça, pedindo esmola
Faminta e semi-nua!
2
Nas casas abandonadas
Fazem pouso e parador
Dormindo no piso puro
Com jornais de cobertor!
3
Com pouca roupa no corpo
Num permanente arrepio
Que triste ver uma criança
Tremendo de fome e frio!
4
Varando a noite perdida
No vício e na perdição
Vendendo o corpo e a alma
Comendo restos de pão!
5
Pobres crianças de rua
Vagando sós e errantes
Na miséria que é criada
Por órgãos e governantes!
6
Talvez esse quadro de dor
Que horroriza todo mundo
Um dia acorde os poderosos
Que dormem sono profundo!
7
Para que seja enfrentada
Essa questão de verdade
E com políticas sérias
Se mude essa realidade!
8
Eu acredito como missioneiro
Na força da nossa voz
E sofro porque as crianças
São filhas de todos nós!
9
É preciso que a nossa gente
Acenda uma luz no presente
Clareando as trevas cruéis
Que habitam cada inocente!
10
O futuro vai ser negro
E a natureza chora
Pois não se vê um amanhã
Nessas crianças de agora!